"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



terça-feira, 24 de setembro de 2019

O perigo da incoerência moral

Cuidando de nós Mesmos (4)
“Procura apresentar-te a Deus aprovado...” (2Tm 2.15).

Consideremos o que é olhar por nós mesmos. Vejamos o que devemos fazer. Empenhemos também os nossos corações nessa tarefa, à medida que a compreendamos.

4) O perigo da incoerência moral

Olhem por si mesmos para não virem a ser exemplos de doutrina contraditória. Cuidado, para que não venham a colocar pedras de tropeço na frente dos cegos e ocasionar a sua ruína. Cuidado, para não desfazerem com suas vidas o que dizem com suas línguas. Cuidado, para não se tornarem, vocês mesmos, o maior obstáculo ao sucesso dos seus trabalhos.

Dificulta muito o nosso trabalho quando outros homens contradizem na vida particular o que lhes declaramos publicamente acerca da Palavra de Deus. Acontece isso porque não estamos lá para contradizê-los e demonstrar a sua loucura. Mas será muito mais prejudicial ao nosso trabalho se contradissermos a nós mesmos. Se as nossas ações se tornam uma mentira para as nossas línguas, o que podemos edificar em uma ou duas horas de discurso, poderemos destruir numa semana com as nossas mãos. É deste modo que se faz com que os homens achem que a Palavra de Deus não passa de um conto ocioso e que a pregação não pareça melhor do que qualquer tagarelice. Ora, aquele que de fato põe sentido no que fala, certamente age de acordo com o que fala.

Assim é que uma palavra arrogante, grosseira, insolente, ou uma discussão desnecessária, ou um ato de cobiça, pode cortar a garganta de muitos sermões.

Digam-me, irmãos, no temor de Deus, vocês têm consideração pelo bom êxito dos seus trabalhos, ou não? Vocês esperam vê-los causar efeito nas almas dos seus ouvintes? Se não, por que pregam? Para que estudam? Por que se denominam ministros de Cristo? Mas se têm essa consideração e essa esperança, certamente não poderão achar dentro dos seus corações o desejo de prejudicar o seu trabalho com alguma coisa indigna.

É um erro patente aos olhos de todos o daqueles ministros da Igreja que abrem grande abismo entre a sua pregação e o seu viver. Eles estudam arduamente para pregar com exatidão, e, todavia, estudam pouco ou nada para viver com exatidão. A semana inteira é curta para preparar-se para falar duas horas; e, contudo, uma hora parece tempo demais para preparar-se para viver uma semana. Causa-lhes repulsa a má colocação de um vocábulo em seus sermões; mas não se preocupam nem um pouco em colocar mal os sentimentos, as palavras e as ações no transcurso das suas vidas. Ah, que pregações nobres e interessantes tenho ouvido de alguns homens, e quão relaxadamente os tenho visto viver!

Assim, irmãos, certamente nos sobram razões para termos cuidado com o que fazemos, bem como com o que dizemos. Se somos servos de Cristo, não devemos ser somente oradores, mas também devemos servi-Lo com os nossos feitos. Aquele que for "fazedor da obra" será  bem-aventurado no seu feito" (Tg 1.25). Como esperamos que os que nos ouvem sejam "cumpridores da  palavra, e não somente ouvintes", assim também nós devemos ser cumpridores, e não somente oradores, para que não nos enganemos a nós mesmos (Tg 1.22).

Uma doutrina prática deve ser pregada praticamente. Devemos preparar-nos tão arduamente para viver bem, como para pregar bem. Devemos pensar e repensar como compor as nossas vidas (bem como os nossos sermões), para usarmos a melhor maneira de levar os homens à salvação.

Se a sua finalidade for a de salvar almas, irmãos, certamente vocês procurarão atentar para esse objetivo fora do púlpito como nele. Se esta for a sua finalidade, vocês viverão por ela e farão tudo que puderem para alcançá-la. Amém!

Richard Baxter (1615-1691).

*"O Pastor Aprovado", Editora PES.

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-1115

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