“BONDADE E MISERICÓRDIA CERTAMENTE ME SEGUIRÃO”
“Bondade e misericórdia
certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre” (Sl 23.6).
Havendo Davi relatado as bênçãos que Deus derramara sobre ele, agora
expressa sua convicta persuasão da continuação delas até ao fim de sua vida. Ao
dizer a si próprio que, mesmo em meio às trevas da morte, manteria seus olhos
postos na providência divina, testificava sobejamente que não dependia das
coisas exteriores, nem media a graça de Deus segundo o juízo da carne, senão
que, ainda quando a assistência de todos os quadrantes da terra lhe falhasse,
sua fé continuaria firmada na palavra de Deus. Portanto, embora a experiência o
orientasse a esperar o bem, todavia esse bem estava principalmente na promessa
pela qual Deus confirma seu povo com respeito ao futuro do qual dependia. Se se
objeta ser presunção alguém prometer a si próprio uma contínua trajetória de
bênçãos neste mundo de incertezas e mudanças, respondo que Davi não falava
desta forma com o propósito de impor a Deus uma lei; senão que esperava pelo
exercício da beneficência divina para com ele segundo a condição deste mundo o
permitisse, com o que ele estaria contente. Ele não diz: Meu cálice estará
sempre cheio, ou: Minha cabeça será sempre perfumada com óleo; mas, em termos
gerais, ele nutre a esperança de que, visto que a bondade divina jamais falha,
Deus lhe seria favorável até ao fim.
Deus nos abençoe!
João Calvino
(1509-1564).
*Homenagem pelo bom testemunho da querida irmã Marilda de Oliveira Vallim
Mota (In memoriam).
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