“LOUCURA PARA OS QUE PERECEM”
“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós,
que somos salvos, é o poder de Deus” (1Co 1.18).
O apóstolo Paulo, na primeira cláusula faz uma concessão. Porque,
visto que é fácil objetar que o evangelho é considerado com desdém, em toda
parte, se ele se faz conhecido de uma forma desnuda e insignificante, Paulo
espontaneamente o admite. Porém, quando ele acrescenta que esse é o ponto de
vista daqueles que estão a perecer, significa que pouquíssimo valor deve ser
posto em sua opinião. Pois quem iria querer condenar o evangelho para a sua perdição?
Portanto, esta expressão deve ser entendida como segue: “A pregação da Cruz é
considerada loucura por aqueles que estão a perecer, justamente porque não
possui ela qualquer atratividade de sabedoria humana que a recomende. Seja como
for, em nossa opinião, contudo, a sabedoria de Deus está irradiando-se dela [a
pregação da Cruz]”. Paulo, contudo, indiretamente está a censurar o mau juízo
dos coríntios, que eram facilmente cativados por meio de palavras sedutoras de
mestres megalomaníacos, e ainda olhavam desdenhosamente para o apóstolo de
Deus, o qual era dotado com o poder de Deus para a salvação deles, e procediam
assim simplesmente porque ele se devotara à pregação de Cristo.
“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a
salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm
1.16).
Deus nos abençoe!
João Calvino (1509-1564).
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