“PARA CONSERVAÇÃO DA VIDA, DEUS ME ENVIOU ADIANTE DE VÓS”
“Disse José a seus
irmãos: Agora, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse: Eu sou José,
vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra
vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida,
Deus me enviou adiante de vós” (Gn 45.4,5).
“O onipotente poder, a imutável sabedoria e a infinita bondade de
Deus, de tal maneira se manifestam em sua providência, que se estende até mesmo
à primeira queda e a todos os demais pecados dos anjos e dos homens, e isso não
por uma mera permissão, mas por uma permissão tal que, sábia e poderosamente
limitando-os, bem como regulando-os e governando-os, numa múltipla dispensação,
para seus próprios e santos propósitos; de tal modo que a pecaminosidade dessas
transgressões procede tão-somente da criatura, e não de Deus, e que sendo ele
santíssimo e justíssimo, nem é e nem pode ser o autor ou o aprovador do pecado”
(CFW. cap. V - Da Providência - seç. IV).
Esta seção não
faz qualquer tentativa de explicar a natureza daquelas ações providenciais de
Deus no tocante à origem do pecado no universo moral, e no controle das ações
pecaminosas de suas criaturas na execução de seus propósitos. Ele simplesmente
declara os fatos importantes com respeito à relação de sua providência com os
pecados de suas criaturas, os quais são revelados na Escritura. Esses pontos
são: -
1 - Deus não
só permite os atos pecaminosos, mas os dirige e controla segundo a determinação
de seus próprios propósitos.
2 - Contudo, a
pecaminosidade dessas ações só pertence ao agente pecador, e Deus de forma
alguma é o autor ou aprovador do pecado.
As ações
pecaminosas, como todas as demais, são expressas na Escritura como ocorrendo
pela permissão de Deus e de acordo com seu propósito, de modo que os que os
homens perversamente fazem diz-se ordenado por Deus (Gn 45.4,5; Êx 7.13; 14,17;
At 2.23; 3.18; 4.27,28). E ele constantemente restringe e controla os homens em
seus pecados (2Rs 19.28); e regula seus pecados para o bem (At 3.13).
A providência
de Deus, em vez de gerar o pecado ou aprová-lo, preocupa-se constantemente em
proibi-lo pela lei positiva, ao desencorajá-lo com ameaças e punições reais, ao
restringi-lo e ao regulá-lo para o bem, contra sua própria natureza.
Deus nos
abençoe!
A.A.Hodge (1823-1886).
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