"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 31 de outubro de 2024

“ROGO-VOS, POIS, IRMÃOS, PELAS MISERICÓRDIAS DE DEUS” - PARTE I


“ROGO-VOS, POIS, IRMÃOS, PELAS MISERICÓRDIAS DE DEUS” - PARTE I

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).

Sabemos muito bem como os devassos alegremente se apegam a tudo quanto a Escritura proclama concernente à bondade infinita de Deus, e isso com o propósito de desfrutarem ao máximo da carne. Os hipócritas, em contrapartida, maliciosamente obscurecem seu conhecimento da bondade divina, tanto quanto podem, como se a graça de Deus extinguisse sua busca por uma vida de piedade e lhes abrisse uma ampla porta a fim de viverem ousadamente em pecado. A súplica do apóstolo Paulo nos ensina que os homens jamais adorarão a Deus com sinceridade de coração, nem se despertarão para o temor e obediência a Deus com suficiente zelo, enquanto não entenderem consistentemente, quanto são devedores para com a misericórdia de divina. As seitas e os hereges consideram como sendo suficiente se conseguem infundir algum gênero de obediência forçada através do medo. Paulo, contudo, com o fim de subjugar-nos a Deus, não por meio de um temor servil, mas através de um amor voluntário e anelante por justiça, nos atrai com suavidade para aquela graça na qual consiste nossa salvação. Ao mesmo tempo, ele reprova nossa ingratidão se porventura, depois de experimentarmos a ação bondosa e liberal de nosso Pai celestial, não pusermos todo o nosso empenho em total dedicação a ele.

A ênfase de Paulo, ao exortar-nos como faz, é de todas a mais poderosa, e ele mesmo excede a todos na glorificação da graça de Deus. O coração que não se deixa incendiar pela doutrina da graça, e não arde de amor por Deus, cuja bondade para com ele é infinitamente profusa, deve ser de aço [e não de carne]. Onde, pois, estão aqueles para quem todas as exortações que visem a uma vida honrada não têm razão de ser, já que a salvação do homem depende tão-somente da graça divina? Para estes, uma mente piedosa não é formada para obedecer a Deus por meio de preceitos ou sanções, e nem ainda por meio de meditações sérias sobre a benevolência divina em seu favor.

Podemos observar, ao mesmo tempo, a candidez do coração do apóstolo, visto ter ele preferido tratar com os crentes em termos de admoestações e súplicas fraternais do que em termos de ordenanças estritas. Ele sabia muito bem que desta forma iria alcançar mais resultado entre aqueles que se dispuseram a ser instruídos.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
*Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário