"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 31 de outubro de 2024

“ROGO-VOS, POIS, IRMÃOS, PELAS MISERICÓRDIAS DE DEUS” - INTRODUÇÃO


“ROGO-VOS, POIS, IRMÃOS, PELAS MISERICÓRDIAS DE DEUS” - INTRODUÇÃO

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).

O apóstolo Paulo considerou até aqui aquelas questões que lhe eram indispensáveis como ponto de partida para o soerguimento do reino de Deus. Nossa busca pela justiça deve deter-se somente em Deus; a contemplação de nossa salvação deve estar voltada para sua misericórdia; e a soma de todas as nossas bênçãos é posta diante de nós e nos é diariamente oferecida em Cristo - e em nenhum outro! Ele agora avança em direção da regulamentação de nossas ações morais, seguindo um arcabouço bem ordenado. Visto que a alma é regenerada para uma vida [de natureza] celestial, por meio daquele conhecimento salvífico de Deus e de Cristo; e nossa própria vida é formada e regulada por preceitos e exortações santos, revelar entusiasmo pela ordenação de nossa vida seria em vão se primeiro não demonstrarmos que a origem de toda a justiça do homem deve ser encontrada só em Deus e em Cristo. Isto é o que significa levantar os homens dentre os mortos.

Esta é a principal diferença entre o evangelho e a filosofia. Ainda que os filósofos abordem temas esplendidamente de cunho moral, com inusitada habilidade, no entanto todo o ornamento que sobressai de seus preceitos nada é senão uma bela superestrutura sem um sólido fundamento; porque ao omitir princípios, eles não fazem outra coisa senão propor uma doutrina mutilada, como um corpo sem cabeça. Este é exatamente o mesmo método de doutrinamento entre os católicos romanos. Embora falem incidentalmente sobre a fé em Cristo e da graça do Espírito Santo, é plenamente evidente que se avizinham mais dos filósofos pagãos do que de Cristo e seus discípulos.

Como os filósofos, antes de legislarem sobre moralidade, discutem o propósito da bondade e inquirem acerca das fontes das virtudes, das quais, por fim, extraem e derivam todos os deveres, assim Paulo estabelece, aqui, o princípio do qual fluem todas as partes que compõem a santidade, ou seja: que somos redimidos pelo Senhor com o propósito de consagrar-lhe a nós mesmos e a todos os nossos membros.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.  

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