"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

“E NOS PREDESTINOU PARA FILHOS DE ADOÇÃO”

“E NOS PREDESTINOU PARA FILHOS DE ADOÇÃO”

“E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado” (Ef 1.5,6).

O que vem a seguir salienta ainda mais a sublimidade da graça divina. Já mencionamos a razão por que o apóstolo inculcou tão energicamente nos efésios Cristo e a adoção gratuita nele, bem como a eterna eleição que a precedeu. Como a misericórdia de Deus, porém, em nenhum outro lugar é expressa de forma mais sublime, esta passagem merece nossa especial atenção. Nesta cláusula são mencionadas três causas de nossa salvação, e uma quarta é acrescentada logo a seguir. A causa eficiente é o beneplácito da vontade de Deus; a causa material é Cristo; e a causa final é o louvor e glória de sua graça. Vejamos agora o que ele diz acerca de cada uma.

À primeira pertence todo este contexto: Deus nos predestinou nele mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para filhos de adoção, e nos fez aceitos por meio de sua graça. No verbo predestinar devemos novamente atentar para a ordem. Nem mesmo existíamos, portanto não existia nenhum mérito propriamente nosso. Consequentemente, a causa de nossa salvação não procedeu de nós mesmos, e, sim, tão somente de Deus. Paulo, todavia, ainda não satisfeito com essas afirmações, acrescenta: para si mesmo. Com isso ele está dizendo que Deus não buscou uma causa fora de si próprio, senão que nos predestinou por que assim o quis.

O que se segue, porém, é ainda mais claro: segundo o beneplácito de sua vontade. A palavra “vontade” seria suficiente, pois o apóstolo estava acostumado a contrastá-la com todas as causas externas pelas quais o homem imagina que a mente de Deus é possível de receber influência. Todavia, para que não permaneça qualquer ambiguidade, ele usa o contraste “beneplácito”, o que expressamente exclui todo e qualquer mérito. Portanto, ao adotar-nos, o Senhor não levou em conta o que somos, e não nos reconciliou consigo mesmo com base em alguma dignidade que porventura tivéssemos. Seu único motivo é o beneplácito por meio do qual ele nos predestinou.

Finalmente, a fim de que nada mais ficasse faltando, ele acrescenta: “nos fez agradáveis a si”. Com isso ele nos afiança que Deus nos envolve graciosamente em seu amor e favor, não com base em retribuição meritória, senão que ele nos elegeu quando nem ainda tínhamos nascido, quando nada o motivara senão ele próprio.

causa material, tanto da eleição eterna quanto do amor que nos é agora revelado, é Cristo, a quem ele chama o Amado, querendo dizer-nos que por meio dele o amor de Deus é sobre nós derramado. Portanto, ele é o bem-amado para reconciliar-nos. O propósito mais elevado e último é acrescentado imediatamente, a saber: o glorioso louvor de uma graça infinitamente rica. Toda a glória de nossa salvação deve ser atribuída única e exclusivamente a Deus.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

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