"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

“ELE VOS DEU VIDA, ESTANDO VÓS MORTOS”

“ELE VOS DEU VIDA, ESTANDO VÓS MORTOS” 

"Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Ef  2.1).

Com o fim de aplicar com maior eficácia aos efésios, a declaração geral da graça, o apóstolo Paulo lhes lembra sua condição anterior. Esta aplicação contém duas partes: “Vós, uma vez, estivestes perdidos; agora, porém Deus, mediante sua graça, vos resgatou da destruição”. Mas ao envidar esforços para salientar cada uma dessas partes, o apóstolo interrompe seu argumento por meio de hipérbato. Existe certa dificuldade na linguagem, mas o significado é claro. Temos apenas que nos reportar a ambas as partas. Quanto à primeira, vemos que Paulo diz que os efésios estiveram mortos; e expõe, ao mesmo tempo, a causa da morte, a saber: os pecados. Sua intenção não é apenas dizer que viveram sob o risco de morte; senão que declara que ela era uma morte real e presente, pela qual foram subjugados. Como a morte espiritual não é outra coisa senão o estado de alienação em que a alma subsiste em relação a Deus, já nascemos todos mortos, bem como vivemos mortos até que nos tornamos participantes da vida de Cristo; daí o nosso Senhor também dizer: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a vos do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão” (J0 5.25).

Os hereges, ávidos em agarrar-se a cada oportunidade que tenham para enfraquecer a graça de Deus, afirmam que fora de Cristo estamos meio mortos. Entretanto, não foi a troco de nada que o próprio Senhor, e bem assim o apóstolo Paulo, nos excluíram completamente da vida enquanto permanecermos, em Adão, e declaram que a regeneração é a nova vida da alma, e que é por meio daquela que esta ressuscita dos mortos. Reconheço que algum gênero de vida permanece em nós durante o tempo em que somos estranhos em relação a Cristo; porquanto nem os sentidos, nem a vontade, nem as faculdades da alma foram extintos dos incrédulos. O que isso, porém, tem a ver com o reino de Deus? O que isso tem a ver com a vida bem-aventurada, quando tudo o que pensamos e desejamos é morte? Que seja indestrutível, pois, o seguinte pensamento: que a união de nossa alma com Deus é a genuína e única vida; e que fora de Cristo estamos completamente mortos, visto que o pecado, a causa da morte, reina em nós.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

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