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quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

“POR NATUREZA, FILHOS DA IRA”


“POR NATUREZA, FILHOS DA IRA”

“Entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (Ef 2.3).

O apóstolo Paulo declara a todos os homens, sem exceção, tanto judeus quanto gentios [ver Gl 2], como sendo - por natureza, ou seja: desde sua própria origem e desde o ventre materno - culpados até que se veem livres em Cristo. De modo que fora de Cristo não há justiça alguma, nem salvação e, em suma, nem mérito. Pela expressão “filhos da ira” compreende-se simplesmente os que são perdidos e merecem a morte eterna. “Ira” significa o juízo divino; de modo que “filhos da ira” significa os que estão condenados diante de Deus. 

Eis aqui uma passagem notável contra todos os que negam o pecado original. O que reside inerentemente em todos é certamente original; mas Paulo ensina que somos todos inerentemente passíveis de condenação. Portanto, o pecado habita em nós, visto que Deus não condena o inocente. Os que encobrem a verdade, com interpretação falsa, dizem que o pecado se propagou, a partir de Adão, a toda a raça humana, não por derivação, mas por imitação. Mas Paulo afirma que nascemos com o pecado. É contra o pecado que a ira de Deus se dirige, e não contra pessoas inocentes. Nem é de admirar que a depravação que nos é congênita, herdada de nossos pais, seja considerada como pecado diante de Deus, pois enquanto a semente está ainda oculta, ele a percebe e a condena.

Uma pergunta, porém, surge aqui: visto que Deus é o Autor da natureza, como é possível que não seja ele responsável, se somos inerentemente perdidos? Respondo que a natureza é dupla: a primeira foi criada por Deus; a segunda é a corrupção da primeira. A condenação, pois, de que Paulo fala não procede de Deus, e, sim, de uma natureza depravada. Pois agora não nascemos tais como Adão fora inicialmente criado, senão que somos a semente adulterada do homem degenerado e pecaminoso.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

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