“EM QUEM TEMOS A REDENÇÃO, PELO SEU SANGUE”
“Em quem temos
a redenção, pelo seu sangue, o perdão dos pecados, segundo as riquezas de sua
graça” (Ef 1.7).
Neste
versículo o apóstolo Paulo se refere ainda à causa material da nossa redenção, pois explica como fomos
reconciliados com Deus através de Cristo, como, por meio de sua morte, ele
apaziguou o Pai por nós. Portanto, é fundamental que voltemos sempre nossa mente
para o sangue de Cristo, se quisermos que nele encontremos graça. E diz ainda
que, pelo sangue de Cristo, obtemos a redenção, a qual ele imediatamente chama
de perdão dos pecados. Paulo está querendo dizer com isso que somos redimidos
porque os nossos pecados não nos são mais imputados. Daqui emana a justiça
gratuita pela qual somos aceitos por Deus, bem como somos libertados da escravidão
do mal e da morte. Precisamos observar cuidadosamente a oposição que define a
maneira da nossa redenção; porque, quanto mais permanecemos sujeitos ao juízo
de Deus, mais presos ficamos em miseráveis cadeias. Portanto, livrar-se da
culpa é, de fato, uma liberdade inestimável.
O apóstolo
volta à causa eficiente - segundo as riquezas de sua graça:
Cristo deu-se a si mesmo a fim de ser nosso Redentor, visto que Deus fora
riquíssimo em bondade ativa. E Paulo emprega a palavra “riquezas”, aqui, bem
como a palavra “superabundar”, para magnificar essa bondade, de modo que Deus
passa a plenificar a mente dos homens com suas maravilhas. Que a mente dos
homens esteja imersa na riqueza da graça que é aqui enaltecida! O apóstolo jamais
deixou espaço para as satisfações inventadas pelos homens, por meio das quais o
mundo acredita poder redimir-se, como se o sangue de Cristo fosse secar-se sem algum
auxílio subsidiário.
Deus nos
abençoe!
João Calvino (1509-1564).
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