"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



terça-feira, 23 de julho de 2024

“QUEM ÉS TU, Ó HOMEM, PARA DISCUTIRES COM DEUS?!


“QUEM ÉS TU, Ó HOMEM, PARA DISCUTIRES COM DEUS?!

“Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?” (Rm 9.20,21).

Como vemos, o apóstolo Paulo continua insistindo sobre a necessidade de considerarmos justa a vontade Deus, embora possa ser que a razão para isto nos esteja oculta. Ele mostra que Deus é usurpado de seu direito, caso não seja livre para tratar com suas criaturas segundo seu modo justo de proceder. Isto parece desagradável a muitos. Outros alegam ainda que Deus seria muitíssimo desonrado caso um poder tão arbitrário lhe seja atribuído. Mas seu escrúpulo faz deles melhores teólogos que Paulo, o qual estabeleceu como regra a humildade para os crentes, que devessem erguer os olhos para a soberania divina, e que não seja ela medida pelos seus tacanhos critérios.

Paulo reprime a tendenciosa arrogância de se contender com Deus, fazendo uso de uma metáfora mui apropriada, na qual sua alusão parece ser a Isaías 45.9, e não a Jeremias 18.6. A verdade que aprendemos de Jeremias é aquela em que Israel se acha na mão do Senhor, de modo que, por causa de seus pecados, Deus pode quebrá-lo em muitos pedaços, como faz um oleiro a seu vaso de barro. Mas Isaías avança mais. Diz ele: “Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso dirá o barro aos que lhe dá forma: Que fazes?” Não há, seguramente, nenhuma razão plausível para um mortal imaginar-se superior a um vaso de barro, quando é ele confrontado com Deus.

Esta é a razão por que a coisa formada jamais deve discutir com aquele que a formou, porque este tem direito de fazê-la como queira. O termo direito não significa que o modelador tenha o direito ou o poder de fazer o que lhe agrada, mas que o poder de agir com retidão lhe pertence. Paulo não pretende reivindicar para Deus um poder desordenado, senão que lhe atribui o poder de agir com perfeita equidade.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário