"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



segunda-feira, 1 de julho de 2024

“SERVO DE DEUS E APÓSTOLO DE JESUS CRISTO”


“SERVO DE DEUS E APÓSTOLO DE JESUS CRISTO”

“Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade, na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos e, em tempos devidos, manifestou a sua palavra mediante a pregação que me foi confiada por mandato de Deus, nosso Salvador, a Tito, verdadeiro filho, segundo a fé comum, graça e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Salvador” (Tt 1.1-4).

Esta longa e detalhada recomendação de seu apostolado revela que Paulo tinha em mente toda a Igreja, e não simplesmente a pessoa de Tito. Pois o seu apostolado não estava sendo impugnado por Tito; e ele tinha por costume proclamar os louvores de sua vocação quando desejava asseverar e manter sua autoridade. Portanto, à medida do conhecimento que ele tem da disposição daqueles a quem está escrevendo, ocupa-se extensamente desses ornamentos. Já que seu propósito aqui é submeter os que estavam comprometidos em rebeliões insolentes, ele enaltece seu apostolado em termos imponentíssimos. Ele escreve esta carta, não para que Tito a lesse sozinho, mas para que fosse publicada abertamente.

Em primeiro lugar, Paulo se denomina servo de Deus, e então adiciona a designação específica de seu ministério: apóstolo de Cristo. E assim ele desce do gênero para a espécie. Devemos lembrar que, como já disse em outro lugar, o termo “servo” não significa apenas sujeição ordinária, no sentido em que todos os crentes podem ser chamados servos de Deus, mas significa um ministro a quem se destina certo ofício definido. Nesse sentido, os antigos profetas foram caracterizados por esse título, e Cristo mesmo é o principal dos profetas. “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz” (Is 42.1). E assim Davi, diante de sua dignidade real, a si mesmo se denomina - “servo de Deus”. É provável que Paulo tivesse também seus olhos postos nos judeus que se denominavam de “servos de Deus”, pois formaram o hábito de amesquinhar sua autoridade, lançando-lhe em rosto a lei [de Moisés]. Ele deseja ser tido na conta de apóstolo de Cristo com o intuito de poder também gloriar-se de ser, dessa forma específica, um “servo de Deus”. E assim ele mostra que esses dois títulos são não só consistentes entre si, mas também se acham atados um ao outro por vínculo indissolúvel.

Deus nos abençoe

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

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