“A PALAVRA DE SALVAÇÃO” - Parte 6
“E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino.
E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc
23.42,43).
6. Aqui vemos o destino dos salvos na morte.
Ao meditarmos
nestas palavras, descobrimos a ênfase correta. “Hoje” é a palavra enfática. Na
graciosa resposta de nosso Senhor ao pedido do ladrão temos uma ilustração
contundente de como a graça divina excede as expectativas humanas. O ladrão
rogou para que o Senhor se lembrasse dele em seu reino vindouro, mas Cristo lhe
assegura que antes que aquele dia mesmo tivesse passado ele estaria com o
Salvador. O ladrão pede para ser lembrado em um reino terreno, mas Cristo
assegura a ele um lugar no Paraíso. O ladrão simplesmente pede para ser
lembrado, mas o Salvador declarou que deveria estar com ele. Assim Deus faz abundantemente
além daquilo que pedimos ou pensamos.
Não somente a
resposta de Cristo significa a sobrevivência da alma após a morte do corpo, mas
nos diz que o crente está com ele durante o intervalo que faz a divisão
entre a morte e a ressurreição. Para tornar isso mais enfático, Cristo precedeu
sua promessa com as solenes mas seguras palavras “Em verdade te digo”.
Foi essa perspectiva de ir para Cristo depois da morte que animou o mártir
Estevão em sua última hora e, em consequência, ele de fato bradou, “Senhor
Jesus, recebe o meu espírito” (At 7.59). Foi essa bendita expectativa que
levou o apóstolo Paulo a dizer, tenho o “desejo de partir, e estar com Cristo,
porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.23). Não em um estado de ausência de
consciência no túmulo, mas com Cristo no Paraíso é o que aguarda todo crente
após a morte. Digo, todo “crente”, pois as almas dos incrédulos, ao invés de
irem para lá, vão para o lugar de tormentos, como está claro no ensino de nosso
Senhor em Lucas 16. Leitor, para onde irá a sua alma, se estiver
morrendo nesse momento?
Quão
arduamente Satanás luta para ocultar essa abençoada esperança dos santos de Deus!
Por um lado ele propaga o infeliz dogma do sono da alma, o ensino de que os crentes
ficam em um estado de inconsciência entre a morte e a ressurreição; e, por outro,
ele inventa um horrível purgatório, para aterrorizá-los com o pensamento de
que, ao morrerem, passam pelo fogo, necessário para purificá-los e adequá-los
para o céu.
Quão
inteiramente a palavra de Cristo ao ladrão liquida essas ilusões que desonram a
Deus! O ladrão foi da cruz direto para o Paraíso! O momento em que um pecador
crê, é o momento em que ele é tornado idôneo “para participar da herança dos
santos na luz” (Cl 1.12). “Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os
que são santificados” (Hb 10.14). Nossa aptidão para a presença de Cristo,
tanto quanto nosso título, repousa unicamente em seu sangue derramado.
Deus nos abençoe!
Arthur W. Pink
(1886-1952).
*Faça-nos uma oferta (Pix 083.620.762-91).
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