“A PALAVRA DE SALVAÇÃO” - Parte 7
“E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino.
E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc
23.42,43).
7. Aqui vemos o anelo do Salvador por comunhão.
Na comunhão
alcançamos o clímax da graça e a essência do privilégio cristão. Mais alto que
essa comunhão não podemos chegar. Deus nos chamou “para a comunhão de seu Filho”
(1Co 1.9). Frequentemente se nos diz que somos “salvos para servir”, e isso é verdade,
mas é somente parte dessa, e de modo nenhum a mais maravilhosa e abençoada.
Somos salvos para a comunhão. Deus tinha inumeráveis “servos” antes que Cristo
viesse aqui para morrer — os anjos sempre cumpriram suas ordens. Ele veio primeiramente,
não para se assegurar de servos, mas daqueles que deveriam entrar em comunhão
com ele.
O que torna o
céu superlativamente atraente ao coração do santo não é o fato de ser um lugar
onde seremos libertos de toda tristeza e sofrimento, de ser onde encontraremos outra
vez aqueles que amamos no Senhor, nem por suas ruas de ouro, portas de pérolas e
muros de jaspe — não, benditas coisas são essas, mas o céu sem Cristo não
seria céu. É Cristo que o coração do crente anseia e almeja — “Quem tenho
eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti” (Sl 73.25).
E a mais surpreendente coisa é que o céu não será céu para Cristo no sentido
mais elevado até que seus remidos estejam reunidos em torno dele. É por seus
santos que seu coração deseja ardentemente. Vir outra vez e “receber-nos para
si mesmo” é a jubilosa expectativa posta perante ele. Não até que veja o
trabalho de sua alma e fique totalmente satisfeito.
Esses são os
pensamentos sugeridos e confirmados pelas palavras do Senhor Jesus ao ladrão
agonizante. “Senhor, lembra-te de mim” fora seu clamor. E qual foi a resposta? Repare
cuidadosamente nela. Houvesse Cristo simplesmente dito, “Em verdade te digo que
hoje estarás no Paraíso”, isso teria cessado os temores do ladrão. Sim, mas
isso não satisfez ao Salvador. Aquilo sobre o qual seu coração estava firmado
era o fato de que naquele mesmo dia uma alma salva por seu precioso sangue
deveria estar com ele no Paraíso! Dizemos outra vez, esse é o clímax da
graça e a essência da bênção cristã. Disse o apóstolo que tinha o “desejo de
partir, e estar com Cristo” (Fp 1.23). E novamente ele escreveu: “Ausentes
deste corpo” — livres de toda dor e cuidado? Não. “Ausentes do corpo” —
trasladados à glória? Não. “Ausentes deste corpo... presentes com o Senhor”
(2Co 5.8). Assim também com Cristo. Disse ele: “Na casa de meu Pai há muitas
moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar”; todavia,
ao acrescentar “virei outra vez”, não diz “E conduzir-vos-ei à casa do Pai”, ou
“levar-vos-ei ao lugar que tenho preparado a vós”, mas “virei outra vez, e vos
tomarei para mim mesmo” (Jo 14.2,3). Estar “para sempre com o
Senhor” (1Ts 4.17) é a meta de todas as nossas esperanças; ter-nos para
sempre consigo é o que ele anseia com ardente e alegre expectativa. Estarás comigo
no Paraíso!
Deus nos abençoe!
Arthur W. Pink
(1886-1952).
*Faça-nos uma oferta (Pix 083.620.762-91).
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