“A PALAVRA DO PERDÃO” - Parte 6
“Então, dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc
23.34).
6. Aqui vemos a grande e primária necessidade do homem.
A primeira
lição importante que todos precisam aprender é que somos pecadores, e como
tais, inaptos para a presença de um Deus Santo. É em vão que escolhemos
nobres ideais, adotamos boas resoluções, e aceitamos excelentes regras pelas
quais viver, até que a questão do pecado tenha sido resolvida. Não é de
proveito algum tentar desenvolver um belo caráter e ter por objetivo obter a
aprovação de Deus, enquanto há pecado entre ele e as nossas almas. Qual a
utilidade dos sapatos, se os nossos pés estão paralisados? De que utilidade são
os óculos, se somos cegos? A questão do perdão dos meus pecados é básica,
fundamental e vital. Não importa se sou altamente respeitado por um círculo
amplo de amigos, se ainda estou em meus pecados. Não importa se eu sou honesto
em meu negócio, se ainda sou um transgressor não perdoado aos olhos de Deus. O
que importará na hora da morte será: Os meus pecados foram expurgados pelo sangue
de Cristo?
A segunda
lição importantíssima que precisamos aprender é como o perdão dos pecados pode
ser obtido. Qual é fundamento sobre o qual um Deus santo perdoará
pecados? E aqui é importante observar que há uma diferença vital entre o perdão
divino e muito do perdão humano. Como regra geral, o perdão humano é uma
questão de complacência, frequentemente de frouxidão. Queremos dizer que o
perdão é mostrado à custa da justiça e da retidão. Na corte humana da lei, o
juiz tem que escolher entre duas alternativas: quando se prova que alguém no
banco dos réus é culpado, o juiz deve aplicar a penalidade da lei, ou
deve negligenciar os requerimentos da lei – uma é justiça, a outra é
misericórdia. A única forma possível na qual o juiz pode tanto aplicar os
requerimentos da lei e ainda mostrar misericórdia ao ofensor, é uma terceira
parte oferecer sofrer em sua própria pessoa a penalidade que o condenado
merece. Assim aconteceu no conselho divino. Deus não exerceria misericórdia à
custa da justiça. Ele, como o juiz de toda a terra, não colocaria de lado as
demandas da sua santa lei. Todavia, Deus mostraria misericórdia. Como? Através
de um que satisfaria plenamente sua lei violada. Por intermédio de seu próprio
Filho, tomando o lugar de todos aqueles que creem nele e carregando seus
pecados em seu próprio corpo no madeiro. Deus poderia ser justo e ainda
misericordioso, misericordioso e ainda justo. Foi assim para que a “graça
reinasse pela justiça”.
Um fundamento
justo tinha sido fornecido sobre o qual Deus poderia ser justo e ainda o
justificador de todo aquele que crê. Por conseguinte, somos informados: “E
disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro
dia, ressuscitasse dos mortos; e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a
remissão (perdão) dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém” (Lc
24.46,47).
E novamente:
“Seja-vos,
pois, notório, varões irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos
pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por
ele é justificado todo aquele que crê” (At 13.38, 39).
Foi em virtude
do sangue que ele estava derramando que o Salvador clamou: “Pai, perdoa-lhes”.
Foi em virtude do sacrifício expiatório que ele estava oferecendo que pôde ser
dito que “sem derramamento de sangue não há remissão”.
Ao orar pelo perdão
dos seus inimigos, Cristo foi diretamente na raiz da necessidade deles.
E a necessidade deles é a necessidade de todo filho de Adão. Leitor, você tem
os seus pecados perdoados, isto é, remidos ou levados embora? Você é,
pela graça, um daqueles de quem é dito: “Em quem temos a redenção pelo
seu sangue, a saber, a remissão dos pecados”? (Cl 1.14).
Deus nos abençoe!
Arthur W. Pink (1886-1952).
*Faça-nos uma oferta (Pix 083.620.762-91).
Amém🙏
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